22/09/2008

Pânico sem roupa.


Vai aqui, mais um episódio de extrema ridicularização social que eu passei na minha infância. Eu tinha esquecido deste horrendo fato, mas acabei lembrando... Estava eu no banheiro, com os meus 6 ou 7 anos, naquele momento pós banho. Como eu era muito baixo, ficava pulando na frente do espelho para tentar me ver. Bom, então estava lá eu, pelado e pulando, como qualquer criança abobada. Meio distante eu começo a ouvir um chiado e meu pai criando: "sai de perto da panela!". Na minha mente fértil, eu imaginei a panela de pressão entrando em crise e minha irmã por perto, em fim, continuei pulando peladinho. Os gritos aumentam na cozinha, cuja janela ficava em baixo da do banheiro, eu, uma criança que sempre achei que tinha o rei na barriga, pouco me importava com o meu redor, continuei lá, pulando, tentando enxergar minha cara no maldito espelho alto. De repente, como um relâmpago, a porta do banheiro é aberta violentamente, e eu, uma criança mirrada e pelada, sou agarrado pelo abdome, e retirado do banheiro, COMPLETAMENTE NU e despreparado, logo sou colocado no chão, sem entender nada, reconheci minha mãe, que me fez descer a escada, em direção a sala, correndo, desesperado, sem entender nada, só gritaria, mal dava para fixar o olhar em um ponto. Mas isso não foi o pior, fui empurrado, em meio a gritaria, para fora de casa, minha mãe histérica, empurrando minha irmã e eu, fui parar nos corredores do prédio, todos os meus visinhos correndo e desesperados procurando a saída, parecia o naufrágio do Titanic, e eu também, assustado e gritando também. A imagem que me veio à cabeça não poderia ser diferente, me senti naquela famosa foto, da menininha toda chamuscada, correndo pelada, fugindo das chamas do bombardeamento de Hiroshina Nagasaki. Quando eu me aproximava da saída, minha vizinha, bondosamente me ofereceu uma toalha ou um roupão, não lembro direito, e pude sair com um pouco mais de dignidade. Estavam todos os moradores do Vivendas do Norte na rua, apavorados, sem saber realmente o que estava acontecendo, o que eram aqueles barulhos, toda aquela confusão bizarra. Meu pai tinha ficado lá dentro, pois era bombeiro, e minha mãe me disse que o botijão de gás da vizinha havia estourado... De resto correu tudo bem, algumas pessoas me perguntavam por que eu estava enrolado pelado num roupão ou toalha, provavelmente imaginaram que eu peguei fogo e me pelei o mais rápido possível, mas eu apenas estava banheiro, pelado e pulando, tentando alcançar a merda do espelho.

16/09/2008

Andando por aí..




Bobice

Tão bonita, uma flor plastificada, intocável e cheia de si. Um pseudo mundo alienado no consumo é o seu. Faça da sua vida uma novela dramática barata, se torne vítima da sua própria mente psicótica. Seu passado drogado e sua mente adolecentizada só lhe deixam mais na seqüela. Do que adianta toda essa pose, se por dentro és tão podre, onde vivem tantas bernes, se és covarde e só pensa na sua porra...Não adianta se revirar, enfeitiçar, largar suas entranhas ensangüentadas no seu nick do MSN, isso não comove mais ninguém...

11/09/2008

Lua que derrama sua luz sobre o dúbio oceano, que joga suas ondas contra as rochas da imposição, da frieza do meu coração. Triste fim tem aquele que ao deitar sobre o seu féretro não deixa uma vida com amor e perseverança. Triste aquele que ao amar, tenta fugir para a rua sem saída que é o medo de se machucar. Tantas vidas nesse mundo, tantas que já se foram, que sofreram. Tantos foram felizes, ricos, miseráveis, amargurados, solitários... O que restou deles? A felicidade morreu, a miséria foi carcomida pelos vermes no corpo pútrico, o sofrimento apagou, como uma vela que está no fim. Tantas vidas nesse mundo, mundo cruel, que engole nossos entes, não há sentimento, há apenas terra, bactérias, fungos, germes. O mundo é físico, mas nós temos algo a mais, temos vida e ninguém dá valor para isso. Vemos sangue e mais vidas definhando, sucumbindo, apodrecendo. A esperança continua viva, mas às vezes não tem valor nenhum... Não tenho o direito de ser feliz, de ter riqueza e uma mente sã.
Na tentativa de ser indiferente eu fico procurando algo que ampare o meu vazio.

Circundando a beira do abismo eu vejo sombras enlouquecidas, me chamando para afundar junto ao seu luxuoso navio.

As correntes prendem meu corpo junto à proa encascurrada, sou o pára-choque da fétida dor que exala das trevas.

Minha vida se encaminha para o obscuro, e à puta que pariu aquele que fode a merda do tempo que me resta de adolescência. Só me fica a opção de sentar e construir metas...

Mais uma vez o tempo esfria e o céu fica nubloso, mas o sol sempre volta............

08/09/2008

Me resta olhar para as nuvens

Os livros da minha vida.

Depois de um ano desativado, finalmente consegui pegar um livro e começar a ler novamente. Ler é tão bom, não gosto de leitura técnica, gosto de viajar, de fugir da minha vida e embarcar em vidas muito mais interessantes, o meu objetivo sempre foi esse. Não que agora eu queira fugir da vida, mas quero não me grudar muito em certas coisas, quero me desconectar, ao contrário dos meus tempos do ensino médio, que vivia na biblioteca, eu lia um livro atrás do outro, subsequentemente, sem pausas, eu queria deixar de viver minha vida e embarcar na fantasia. O resultado disso foi terminar o ano precisando tirar 11 em matemática, 14 em física e 10 em história. Livros de ficção são bons, melhor ainda são aqueles que contam histórias passadas do holocausto. Eu li tantos livros em um pouco período de tempo que só lembro vagamente das histórias, nenhum nome, nenhum título, exceto os romances da Agatha Christie. Harry Potter, é eu também li este, até o quarto livro, o que dizer, a história é fascinante, recomendo para quem gosta de se alienar. Um livro que gostei muito foi o Estranho no Espelho, do Sidney Sheldon, é uma típica história do típico sucesso hollywoodiano, onde a pessoa sai da merda, vai aos alpes e cai como uma batata, na mesma merda. Muito sexo e sacanagem também marca a envolvente trama. Já li um livro sobre guerra, que não lembro o nome, mas é dos tempos da ditadura de Hitler, o livro não mostrava a realidade das vítimas, que morriam miseravelmente secas, mas sim a realidade dos soldados, do batalhão mais temido, acho que de Hitler, da guerra contra os Russos, uma realidade também bruta, de homens que lutavam pela sua pátria e eram apenas máquinas de matar. Hoje eu estou lendo, para variar, Agatha Christie, O Cavalo Amarelo, é uma historia empolgante para quem curte a autora. O mais interessante é que, pelo que eu li, não tenho certeza desse fato, mas um criminoso teria se baseado nessa história para articular o seu crime perfeito, mas para o seu azar, o detetive do caso também era fã da escritora, e também leu o livro, em fim, a historia não foi muito além disso. Estou aqui escrevendo sobre coisas desinteressantes só pela vontade de escrever, chega de expurgar demônios através de palavras, pelo menos até o próximo post.

03/09/2008

Só a pensar...

O que eu posso dizer, tudo não passa de um jogo fajuto, o tal jogo do relacionamento, uma coisa que pessoas inseguras e com medo de se expor inventaram, para se proteger, para não se machucar, para ver quem cede primeiro. O ser humano se diz tão livre, com toda aquela coisa de carpe diem, o que elas têm a me dizer? Não passam de pessoas vazias, com seus corações trancafiados num sarcófago de pedra. Vamos viver em um pseudo mundo, onde as coisas não têm profundidade, aonde tudo plana na mediocridade, no insustentável, vamos nos enganar cada vez mais, nos iludir, encher os nossos egos de orgasmos que não duram mais que alguns segundos. Todos querem se banalizar, criar um estereotipo, e se esconder dentro desta frágil casca de ovo, porque só existe medo, tristeza, pessoas tentando buscar um sentido nas suas vidas, e não enxergam que mais cedo ou tarde a superficialidade desaba, e o que elas achavam que era um sólido solo, se torna um mundo escuro e desconhecido, muito longe e diferente do que o carpe diem se mostrou um dia. Não adianta querer viver a vida ao máximo quando não se sabe ao menos onde estão os fundilhos das calças!