25/08/2008

Os meus 100 anos de idade.

Se eu tiver 100 anos um dia, vou querer dar uma festa, vou querer ser o velhinho mais enxuto em um raio de 50 mil km. Quero ter gente bonita e jovem ao meu redor, velhos amigos, se ainda estiverem vivos, muita comida, gente bêbada, e pelo menos uma mulher grávida. Quero que todos me admirem pelo que eu fiz, ou então que me admire só por viver tanto, já está bom. Se eu ainda estiver ouvindo, quero a trilha sonora que acompanhou minha vida. Quero lembrar só das coisas boas, e viver só o dia de hoje, o ontem não importa mais, e o amanhã, bom, foda-se. Quero dizer aos mais jovens que a vida é para ser vivida, e realmente, é a única coisa que nós temos de valor, a nossa vida, e o corpo que a guarda dentro de si. Não adianta nos sentirmos reprimidos pelo capitalismo selvagem, ou pelo socialismo miserável, esses apenas foram coisas que homens velhos e barbudos inventaram, e resolveram que ia ser interessante seguir a idéia desses vovôs sedentários. Avisar que não adianta tentar fugir da dita chata realidade, se entorpecendo com drogas sintéticas, normalmente consumidas por filhinhos de papais burgueses, que estão enjoados da vidinha de riquezas e de uma vida completamente sem noção, e tudo de tédio e paranóias que um acéfalo adolescente pode sentir e levar isso pro resto da sua vida. Eu vou estar feliz por ter amado meus pais, ter agradecido por tudo que eles me deram e se esforçaram para me dar, da melhor qualidade, agradecer por me ensinarem a ter os pés no chão. Ou então ter uma tristeza inconsolável, de nunca ter dito que os amava, ou de nunca ter agradecido pela vida que eles me proporcionaram. Vou querer o amor da minha vida do meu lado, ou pelo menos o que restou da pessoa, e mesmo vendo seu rosto envelhecido, o cabelo ralo, sentir a alma jovem, e perceber que nós somos muito mais que carne e osso, que o que nós somos está aceso dentro de nós, e assim amando ainda mais. É mais ou menos isso que eu vou querer nos meus 100 anos. A probabilidade de chegar lá é pouca, talvez não chegue aos 60, ou aos 30, daí com certeza vou reivindicar a tal reencarnação, e pedir pra voltar, porque por enquanto eu não quero sair.

2 comentários:

Márcia Dihl disse...

Quanto tu tiver 100, eu terei 108 anos.
Putamerda

Anônimo disse...

bah... vlw pelos escritus...
gde abraço amigu
=] smpre q precisar tamo aew!!