13/02/2008

Tempos de segunda série...

Era 1997, eu tava na segunda série, tinha sete anos. Eu reagia bem diferente as coisas naquela época, era um peste e fazia inimizades com certa facilidade. O colégio tinha monitores por toda parte, sabe como é, para monitorar aquelas praguinhas ambulantes todas. No recreio todos deveriam sair das salas de aula e ficar no pátio, para que as salas fossem trancadas, mas na real todo mundo gostava de ficar nas salas mesmo, principalmente para fugir dos monitores, se esconder nas classes e roubar as coisas dos coleguinhas mais afortunados. Numa dessas, estávamos em um grupinho de pestes sem precedentes, fugindo da tia Carmem. A tia Carmem era como as pedras Stonehenge, do tipo ninguém sabe como surgiu, mas sempre esteve ali, enquanto a cada ano mudava os monitores, ela sempre permaneceu, e deve permanecer até hoje por lá. Bom, estava todo mundo na sala, e a qualquer momento ela viria para trancar a sala e botar quem estivesse ali para fora, então todos foram se esconder como se ela fosse uma anaconda faminta a caminho. Eu, uma criança magricela e cabeçuda, me escondi do lado do armário no fundo da sala, junto com uma colega minha. Nossa como eu ria, eu não conseguia parar de rir, a qualquer momento o pior acidente que se pode acontecer no currículo social escolar estava por acontecer, eu ia literalmente me mijar de tanto rir, e ela estava do meu ladinho, me mandando calar a boca. Não sei por que, mas a emoção era muito grande, e a risada aumentava cada vez mais. Até que a catástrofe mais humilhante da minha vida aconteceu: Me mijei perna abaixo. Até o momento só eu tinha conhecimento do fato, até o momento em que a guria que estava do meu lado percebeu, quando eu saí de atrás do armário me senti devorado por leões que riam da minha cara até perder o fôlego. O resultado disso tudo foi horrivel, eu falei tanto palavrão, que jamais uma criança de sete anos falaria em tão pouco tempo, isso claro, enquanto eu desabava em choro. Até que a temida tia Carmem, a responsável por tudo isso diga-se de passagem, me levou dali e chamou minha mãe, por que afinal eu estava todo mijado, e isso era inadmissível no ambiente escolar, principalmente quando se trata de um mijado desbocado querendo furar os olhos dos coleguinhas. Minha mãe foi chamada, e trouxe uma outra roupa para eu botar, em fim, depois de seco novamente estava mais calmo e voltei para sala de aula como se nada houvesse acontecido, mas isso ficou na memória deles e na minha até o fim dos tempos escolares, em que foi relembrado muitas e muitas vezes. É, isso foi mais um micão da minha vida...

2 comentários:

Márcia Dihl disse...

Admiro a tua coragem de expor esse acontecimento. Quantos outros micos pagamos em nossas vidas, sem ter a desculpa de ter apenas sete anos.
Bj

Márcia Dihl disse...

Admiro a tua coragem de expor esse acontecimento. Quantos outros micos pagamos em nossas vidas, sem ter a desculpa de ter apenas sete anos.
Bj